Mes@ de Mulher

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Segredo dos Japoneses para a Longevidade e Saúde.


Sushi, sashimi, missô, tigelinhas com bardana e gergelim e por aí vai. Os japoneses adoram comer, mas têm a menor taxa de obesidade entre os povos. Como se explica o paradoxo? É a vez de as japonesas contarem por que sua dieta as torna as mulheres mais longevas da Terra.

Em 2004, a Organização Mun dial da Saúde (OMS) alertou a população sobre uma “epidemia global de obesidade”, com mais de 1 bilhão de adultos acima do peso. Na contramão dessa estatística, está o Japão, com uma taxa de obesidade de apenas 3% – nos Estados Unidos as mulheres somam 34%, na França 11% e no Brasil, entre homens e mulheres, 38,6 milhões de pes soas estão com o peso acima do recomendado. Como conseqüência na tural desses baixos índices, os japoneses estão gastando menos com tratamentos de saúde (2,8 dólares por pessoa, por ano, contra 5,7 dólares nos Estados Unidos). Outro dado é que as orientais também podem se gabar de ter a maior expectativa de vida do mundo: 85 anos. Beneficiadas pela genética? Naomi Moriyama, 47 anos, consultora de marketing e autora do recém-lançado Mulheres Japonesas Não Envelhecem Nem Engordam (ed. Rocco), em parceria com o marido, William Doyle, garante que essa não é a explicação. De Nova York, onde mora, ela conversou com Bons Fluidos e compartilha os sete segredos de cozinha que faz os japoneses aparentarem me nos idade do que têm.

Estamos curiosos para saber qual o segredo das mulheres japonesas para retardar o envelhecimento e manter o peso saudável.
Naomi Moriyama – Nossa dieta é rica em soja, vegetais e peixes – o Japão contabiliza 2% da população mundial, mas consome 10% dos peixes pescados no mundo. Preferimos arroz a pão e junk food. Evitamos frituras, molhos pesados e gordura animal. Nos sas porções são menores, servidas em pequenas e belas louças, e praticamos atividades físicas diariamente.

BF – No livro, você diz que o ideal é deixar a mesa quando estivermos 80% satisfeitos.
NM – Esse é um dos sete pilares da cozinha japonesa. E é fácil incorporá-lo. Lembre-se de que a refeição deve saciar sua fome e não deixá-la empanturrada. Algumas pesquisas sugerem que o cérebro demora de 15 a 20 minutos para constatar que o estômago está cheio, então, alimentar-se calmamente vai ajudá-la a descobrir a hora certa de colocar o prato de lado. Outra coisa prática são as tigelas e travessas menores, que reduzem o tamanho das porções. 

BF – Você engordou 11 kg quando deixou Tóquio pela primeira vez e se mudou para os Estados Unidos para estudar.
NM – Algumas pessoas pensam que os japoneses são beneficiados pela genética, mas estudos mostram que, quando imigram para países como Brasil e EUA e adotam dietas pouco saudáveis, eles rapidamente começam a engordar e a desenvolver certas doenças. Ganhei peso porque passei a comer muita junk food. Raramente ingeria frutas e vegetais. Sem falar que minha rotina de exercícios se resumia a ir do quarto do campus para a sala de aula.

BF – Quando recuperou o peso anterior?
NM – Emagreci quando retornei ao Japão, dois anos mais tarde, porque passei a comer o que minha mãe preparava e a caminhar por Tóquio. Anos depois, casada e morando novamente nos EUA, o mesmo aconteceu com meu marido. A primeira vez que foi visitar minha família pesava 100 kg, mas se apaixonou de tal maneira pela culinária local que, na volta a Nova York, trouxe diversas receitas da minha mãe na bagagem e, gradualmente, perdeu 18 kg!

BF – Como manter os hábitos orientais nos Estados Unidos?
NM – Moro em Nova York há quase 20 anos. Aprendi a preparar refeições com toques da culinária japonesa. Prefiro peixes, vegetais – especialmente folhas verdes, rabanete, nabo e berinjela, frutas e grãos integrais. Cozinhar não tem que ser demorado e chato, mas os ingredientes precisam ser frescos. A cozinha japonesa é rápida, simples, e você só precisa da pia e do fogão. As japonesas cozinham a vapor, grelham, refogam ou fritam rapidamente em fogo alto. E os temperos são sutis.

BF – Qual tempero não pode faltar?
NM – O dashi, um caldo de peixe (flocos de bonito), algas (marrom) e cogumelos, que serve como uma alternativa ao caldo de carne.

BF – Quais alimentos as japonesas evitam?

NM – A beleza da dieta japonesa não está apenas no que se consome, mas no que se deixa de consumir. De acordo com dados das Nações Unidas, nossas refeições contêm muito menos carne, açúcar manteiga e gordura animal que as americanas. Portanto, ingerimos menos gorduras saturadas e trans, que fazem mal à saúde.

Fonte: Bons fluidos