Mes@ de Mulher

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domingo, 25 de setembro de 2011

A SÍNDROME DAS HISTÓRIAS INACABADAS



ATUALMENTE NÃO SEI O QUE ANDA ACONTECENDO NA SUA VIDA,
MAS O QUE VEJO É QUE VOCÊ FICOU PRESA(O) NA SÍNDROME DAS HISTÓRIAS INACABADAS.
ISSO ACONTECE QUANDO PASSAMOS POR SITUAÇÕES QUE PARECIAM QUE IAM MUDAR TUDO, MAS QUE SE ACABARAM SEM UM DESFECHE ESPERADO, SOFRIDO E MAL DEFINIDO.
E QUANDO ISSO ACONTECE, FICAMOS PRESOS NUMA ESPÉCIE DE LIMBO, OU SEJA, FICAMOS PARADOS DIANTE DE TUDO E AO MESMO TEMPO, NO MEIO DO NADA.
O QUE POSSO LHE DIZER É ALGO SIMPLISTA, PORÉM REAL.
ENTENDA QUE A VIDA TEM UM CURSO NATURAL E QUE NADA É ESTÁTICO, E QUE TAMBÉM NÃO TEMOS CONTROLE SOBRE TUDO.
O IMPORTANTE É QUE NÃO FIQUEMOS PRESOS AOS SOFRIMENTOS,
QUE O SOFRAMOS SIM, PORQUE NÃO TEM COMO NÃO SER ASSIM,
MAS SIGA EM FRENTE,
CUIDE DO QUE TEM DE CUIDAR, MAS NÃO DEIXE DE CUIDAR DE SI MESMA(O),
PORQUE VOCÊ VAI PERMANECER AINDA POR UM BOM TEMPO.
VOCÊ PRECISA AGUÇAR NOVAMENTE SUA CRIATIVIDADE E, COM A LIBERDADE QUE É SUA DE DIREITO, SEGUIR EM FRENTE E DAR UMA REFORMULADA NAQUILO QUE VOCÊ PODE,
MAS ACIMA DE TUDO, DEIXAR QUE O PASSADO PASSE E INVENTAR A CADA DIA UMA SITUAÇÃO NOVA PARA VIVER,
PORQUE NO FINAL É ISSO QUE VOCÊ VAI LEVAR CONSIGO. . . O QUE VOCÊ VIVER.
ABRA-SE PARA TUDO QUE LHE VIER E LHE DÁ PRAZER.
NÃO FIQUE PERDENDO TEMPO EM QUESTIONAR, APENAS APROVEITE E VIVA INTENSAMENTE.
NÃO DÁ MAIS PARA FICAR COM MEDO DO JULGAMENTO ALHEIO E NEM DE FICAR BANCANDO A BABÁ DO MUNDO, PORQUE A ORDEM É QUE CADA UM SAIBA APROVEITAR QUEM ESTÁ À SUA VOLTA, MAS QUE CADA UM TAMBÉM SEJA RESPONSÁVEL POR SUAS PRÓPRIAS ESCOLHAS.
VOCÊ NÃO É PALMATÓRIA DO MUNDO.
SUA MISSÃO AQUI É SENTIR O QUE LHE FAZ FELIZ E, SUA ÚNICA OBRIGAÇÃO É SER FELIZ.
PÁRA COM ESSA HISTÓRIA DE CULPAS E ACUSAÇÕES SOBRE SI MESMA(O) OU SOBRE OS OUTROS.
ABRA-SE PARA A VIDA E VAI SER FELIZ.
QUEM QUISER ANDAR CONTIGO QUE VENHA, MAS QUE FAÇA A PARTE DELE TAMBÉM,
PORQUE VOCÊ NÃO É RESPONSÁVEL PELOS COMODISTAS E BEBÊS CHORÕES QUE PARASITAM VOCÊ E TE DÃO A INCUBÊNCIA DE FAZÊ-LOS FELIZES.
SE DEUS TIVESSE LHE MANDADO AQUI PARA CUIDAR DOS OUTROS, VOCÊ VIRIA COMO MESSIAS E NÃO COMO SER HUMANO.
POR FALAR NISSO, VOCÊ É UM SER HUMANO INCRÍVEL E NÃO DEIXE QUE NINGUÉM LHE CONVENÇA DO CONTRÁRIO.
VIVA A VIDA COM TODA INTENSIDADE.
NINGUÉM TEM O DIREITO DE LHE COBRAR NADA NEM DE TE JULGAR.
NÃO PERCA MAIS TEMPO COM PESSOAS QUE LHE OFERECEM O MUNDO, MAS QUE NA AÇÃO SÓ LHE ENTREGAM SOBRAS,
VOCÊ NÃO É UMA PESSOA DE SOBRAS.
RESPIRE FUNDO, PERCEBA A GRANDEZA QUE EXISTE DENTRO DE VOCÊ, E SAIA JÁ DESSA VIDA MESQUINHA.
VOCÊ MERECE MUITO MAIS.


EDUARDO RIOS


sábado, 24 de setembro de 2011

Discurso da Presidente Dilma Rousseff na Assembléia da ONU


Nova Iorque-EUA, 21 de setembro de 2011
Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,


Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,


Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,


Senhoras e senhores,


Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna, que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.


É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.
Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.


Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino, e são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.


Senhor Presidente,


O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.


Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.


Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.


Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as consequências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.
Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É – permitam-me dizer – por falta de recursos políticos e, algumas vezes, de clareza de ideias.


Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.


O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo – 44 milhões na Europa, 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.


Nós, mulheres, sabemos – mais que ninguém – que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.


Senhor Presidente,


É significativo que seja a presidenta de um país emergente – um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego – que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.


Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.


Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.


O mundo se defronta com uma crise que é, ao mesmo tempo, econômica, de governança e de coordenação política.


Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.


As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.


Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.


Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.


Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.


Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.


A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.


O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade, de maneira espúria e fraudulenta.


Senhor Presidente,


O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.


Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.
Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.


Temos insistido na interrelação entre desenvolvimento, paz e segurança, e que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.


É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.


Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.


Senhor Presidente,


Desde o final de 2010 assistimos a uma sucessão de manifestações populares, que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.


É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.


Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.
O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.


Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger, pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões, e a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.


Senhor Presidente,


A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.


O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea, um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.


O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.


No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.


O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.


Senhor Presidente,


Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.


Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.


O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.


Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia, como deve ser.


Senhor Presidente,


O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.


Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar, já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações – com novas metas no Protocolo de Quioto – para além de 2012.


Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o secretário-geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os chefes de Estado e de Governo compareçam.


Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,


O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza, e que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.


O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes de 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.


No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm, nas mães, a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.


Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.


Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.


Senhor Presidente,


Além do meu querido Brasil, sinto-me aqui também representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.
Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.


Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.


E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações, que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.


Muito obrigada.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Oswaldo Montenegro - Aos Filhos de Libra - Torres Matrice

Era de libra como a lua vista assim é de cor de sal
Era de libra como a luz das sete estrelas
Forma algum sinal
Era de libra quando dá um passo atrás
Pra caminhar legal
Era a balança universal
Era harmonia como o ritmo da vida e o carnaval
era de libra como a brisa quando passa
E ondula o trigal
Mas tinha medo de saber que o jogo da verdade
Era fatal
Era a balança universal
Era de libra e amava a paz e a justiça natural
Era de libra pra poder unir a idéia
Ao seu material
O simbolismo da figura da mulher
Paixão arterial
Era a balança universal
Era de libra como a valsa, o antigo Egito e afinal
Era de libra e tem a crença da beleza
E do encanto geral
A natureza da firmeza e oscilação
A simpatia e tal
Era a balança universal

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"O Segredo" do Sucesso da Autora de Harry Potter


A História de vida da autora da série Harry Potter é um exemplo máximo de persistência. O que ela vivenciou durante o tempo em que escrevia a história do bruxinho mais famoso do mundo, não era nenhum mar de rosas. Joanne Kethleen Rowling nasceu em uma modesta família na Inglaterra em 31 de julho de 1965, próxima a Bristol, oeste da Inglaterra. Era uma aluna aplicada...Ela confessa que a Herminione Granger, a melhor amiga, do pequeno mago Harry, é a sua caricatura. 
Se formou em francês e a partir disso, teve vários empregos. Em 1990 duas situações começaram a mudar a vida da autora: neste ano surgiu a idéia de escrever o livro, em uma viagem de trem de Manchester para Londres; e a morte de sua mãe, que a levou a viver em Portugal. 
Em Portugal casou-se com um jornalista, deu aulas de Inglês e teve uma filhinha: Jessica. Com o fim de seu casamento, Joanne retorna para a Grã-Bretanha com sua filha, indo residir na Escócia, Edimburgo. Lá, por não ter emprego, vivia da ajuda do governo. 
                                                               Edimburgo - Escócia
Por ser um lugar extremamente frio, Joanne ia para um café com sua filha, para se abrigar do frio, pois não tinha condições de manter aquecimento no seu apartamento. Ali, começou a escrever as primeiras aventuras do bruxinho: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Encaminhou sua obra para 12 editoras, e todas elas negaram a publicação. Até que a pequena editora Bloonsbury resolveu publicar o maior fenômeno editorial de todos os tempos.

Dizer que a história de sucesso de Joanne K. Rowling é somente movida pela sorte é reduzir o empenho e persistência desta mulher que, desempregada, com depressão e com uma filhinha pequena sobre a sua responsabilidade, se dirigia diariamente para um café e ali, trabalhava em seu sonho...E depois, não desistiu de encaminhar o seu trabalho para as editoras, 12, ao todo. Até que uma modesta editora apostou em seu trabalho e lançou esta série, que virou recorde de vendas de livros, cujas estórias estão eternizadas também no cinema...
                                           Uma das chaves para o sucesso: Persistência
O sucesso, seja em área for, será certamente um caminho, e uma das chaves que irão "abrindo" esse caminho é a persistência. É não desistir nunca de seus objetivos. Quando se acredita naquilo que se faz...naquilo que te dá prazer e alegria, independente das adversidades da vida, com persistência, se alcança a realização dos sonhos....E a história de Joanne K. Howling. Para mim, é um exemplo máximo de persistência, superando todos os problemas que a vida lhe impôs...A história desta mulher é um exemplo de vida: de determinação, força e persistência. Abaixo, um videozinho sobre um dos elemntos..."ingredientes" para o sucesso: persistência...Abração em tod@s!!!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O apanhador de desperdícios - Manoel de Barros

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água, pedra, sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos,
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

Manoel de Barros


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Se deliciando com a Festa de Babette.

A Festa de Babette

"A Festa de Babette" é baseado em conto de Isak Dinesen.

Premiado como melhor filme estrangeiro, o filme de 1987 e melhor filme de língua não inglesa no Reino Unido (BAFTA), se tornou referência para qualquer profissional de cozinha, pessoa que adora cozinhar e comer bem.

Original e simples, a festa de Babete prende a atenção por ser muito bonita e delicada, como a forma com que a Francesa Babete faz suas receitas na fita.

Em 1871, em uma noite de grande tempestade, A Francesa Babette chega a um vilarejo na Dinamarca, fugindo a repressão à Comuna de Paris. Ali se emprega como faxineira e cozinheira na casa de duas solteironas, filhas de um rigoroso pastor. Ali ela vive por quatorze anos, até que um dia fica sabendo que havia ganho uma fortuna na loteria, ao invés de voltar à França, ela prepara um jantar requintadíssimo em comemoração aos centésimo aniversário do pastor. Os convidados, a princípio assustados, em função da religião que seguem, temem aceitar o jantar francês, mas, para surpresa, acabam comparecendo e se deliciam com a festa de “bacanesca” de Babette.

O filme nos remete ao fato da Gastronomia ser uma grande arte. O que mais nos chama a atenção no filme é a forma como Babette se “dedica” ao ato de cozinhar...O tempo todo muito centrada naquilo que está fazendo...E o prazer que sente ao preparar os alimentos, além de sua extrema bondade e delicadeza com todos, inclusive com outro empregado da casa.

“O filme faz um paralelo irônico entre aquelas vidas vazias e austeras que usaram a religião como desculpa para fugir de todos os prazeres, inclusive os da mesa- e o prazer e extravagância quase "bacanalesco" da orgia alimentícia.”

outros filmes seguiram o enredo de Babette, como: Chocolate, Tomates Verdes Fritos, Como Água para Chocolate.

O pratos servidos no filme, são copiados por muitos restaurantes: potage à la tortue; blini Demidoff au Caviar, caille em sarcophage com molho perigourdine; salada; queijos, baba ao rum com figos, vinho (Clos de Vougeot).

Então, abaixo, se delicie com uma pequena provinha deste delicioso filme...E, quem sabe, mais tarde, se encante vendo todo o filme....

Fontes: Rubens Eward Filho em: http://cinema.uol.com.br/resenha/a-festa-de-babette-1987.jhtm

Wikipédia em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Festa_de_Babette

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector

A Viagem

“......... E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente seguramente inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante: sempre fundido, porque então viverei, só então viverei maior do que na infância, serei brutal e malfeita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.”

Clarice Lispector - Se eu fosse eu

"Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como?não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo o que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.
"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais".
(Texto extraído do livro A Descoberta do Mundo, Clarice Lispector, editora Rocco, pg. 156).