Mes@ de Mulher

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domingo, 9 de outubro de 2011

Wangari Muta Maathai - Uma mulher admirável. Faleceu há 15 dias atrás.



Seção: Mulher e Meio Ambiente
Um Exemplo que vem da M
ama África
Caras leitoras
Nesta seção destacaremos a ação de mulheres na área ambiental, a valorização do espaço verde, a necessidade de educação ambiental dentro e fora de casa, as ações públicas de mulheres voltadas para o meio ambiente e sua preservação.
Nesta primeira edição, iremos falar sobre uma mulher que é um exemplo para o mundo:
Wangari Muta Maathai, keniana, Prêmio Nobel da Paz de 2004.


É raro a atribuição de prêmios Nobel a mulheres. E para uma Africana, foi a primeira vez..
Em 1977, iniciou no Quênia,o Movimento Cinturão Verde, com o objetivo de promover a proteção e preservação do meio ambiente africano.
Wangari Muta Maathai nasceu em Nyeri, no Quênia (África) em 1940. É reconhecida internacionalmente por sua persistente luta pela democracia, direitos humanos e conservação ambiental.
A Professora Wangari Maathai foi a idealizadora do movimento que procurando um maior equilíbrio ecológico e uma melhoria das condições de vida já ajudou milhões de mulheres africanas. Isto tudo com um custo financeiro ínfimo. Foi quando ela serviu no Conselho Nacional das Mulheres, que ela introduziu a idéia de plantar árvores com a população em 1976 e continuou a desenvolvê-lo em uma base ampla, através de organizações de base. Hoje, o movimento transcendeu fronteiras nacionais..
O início
Através da organização de grupos de mulheres de base, Wagari deu início na África a uma campanha de conscientização sobre a importância e os benefícios que a preservação das árvores traz para a população. O trabalho de conscientização foi difícil, pois o povo africano foi historicamente persuadido a não acreditar em sua capacidade de enfrentar os seus próprios problemas e as mulheres não conseguiam perceber que manter um meio ambiente saudável e bem manejado é garantia de atendimento às suas necessidades. Hoje, segundo dados do movimento Cinturão Verde, as mulheres do Quênia já plantaram mais de 30 milhões de árvores. O foco principal é o plantio de árvores com grupos de mulheres, a fim de preservar o ambiente e melhorar a qualidade de vida das comunidades, fazendas, escolas e igrejas para combater a erosão do solo, resultante do desmatamento; e fornecer lenha como combustível para cozinhar alimentos.Através da organização de grupos de mulheres, Wagari deu início na África a uma campanha de conscientização sobre a importância e os benefícios que a preservação das árvores traz para a população.
Plantar árvores e colher a Paz
Plantar árvores e colher a paz nas regiões onde os conflitos humanos são agravados pela destruição ambiental. A árvore é um símbolo de paz na África. Em diversas comunidades, ainda sobrevive uma antiga tradição. Quando há um conflito, a pessoa mais velha planta uma árvore entre os dois lados em disputa. Este cerimonial sinaliza o início da reconciliação entre as partes. Foi esta herança cultural - ecológica e pacifista - a inspiração para Wangari Maathai, 65 anos, iniciar no Quênia, em 1977, o Movimento Cinturão Verde.
Ela não tirava da cabeça o que vinha testemunhando desde criança. Árvores substituídas por lavouras comerciais, como ocorre agora na Amazônia. O desflorestamento do Quênia destruiu boa parte da biodiversidade e reduziu a capacidade das florestas de conservar água, um recurso bastante escasso na região.
Então começou uma campanha de esclarecimento com grupos de mulheres mostrando que árvores deviam ser plantadas. Aos poucos, elas foram percebendo que o plantio gerava emprego, combustível, comida, abrigo, melhorava o solo e ajudava a manter as reservas de água.
O trabalho de conscientização foi difícil. “O nosso povo foi historicamente persuadido a acreditar que, por ser pobre, também não tinha conhecimento e capacidade para enfrentar os seus próprios problemas. E esperavam soluções de fora. As mulheres não conseguiam perceber que para atender às suas necessidades básicas era preciso um meio ambiente saudável e bem manejado”, recorda a professora Wangari Maathai.
“O Meio Ambiente é fundamental para alcançar a Paz.”
“Eu acredito que a solução para a maioria dos nossos problemas vem de nós mesmos”, ensina a professora e ativista Wangari Maathai. A família humana, na avaliação da Prêmio Nobel da Paz de 2004, tem que enfrentar um fato muito grave: o meio ambiente é fundamental para alcançar a paz. Quando ele está degradado, as pessoas sofrem, pois não têm os recursos necessários para sobreviver. É preciso compartilhar os recursos naturais de forma eqüitativa para reverter a distribuição injusta de recursos que atualmente existe no mundo.
Na África, relata Wangari, existem muitos conflitos por recursos naturais escassos e degradados. “As pessoas lutam pelo que restou de terra, água, pastos e florestas”. Para resolver estes graves conflitos, que estão gerando milhões de refugiados ecológicos em todo o planeta, a professora do Quênia defende uma consciência cada vez maior sobre três questões: sensibilidade ambiental, um bom governo democrático e paz.
“Nós plantamos árvores para proteger o solo, prevenir a erosão, fazer as pessoas entenderem que a terra é um recurso natural importante. Quando o vento e a água produzem erosão, a terra está perdida para sempre. Mostramos para as pessoas que o solo onde elas plantam é fundamental para ter boas colheitas. As árvores também são uma fonte de energia para a maioria das populações rurais”, ressalta Wangari.
“Plantem pelo menos dez árvores”
A presidente do Movimento Cinturão Verde faz uma conta. Como cada pessoa emite gás carbônico, ela necessitaria plantar pelo menos dez árvores para zerar o seu impacto ecológico no planeta. “Por isso eu sempre insisto neste ponto: plantem pelo menos dez árvores!”, enfatiza a queniana também engajada na campanha dos quatro erres: reduzir, reutilizar, reciclar e reparar.
Wangari Maathai e as mulheres do Movimento Cinturão Verde tentam banir do Quênia as sacolas de plástico finas, pois elas não podem ser reutilizadas. No Japão, ela está engajada em uma campanha chamada MutaiNai para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de respeitar e agradecer pelos recursos naturais. Por onde anda, a professora do Quênia dedica a sua vida à construção de uma paz ecológica.
Cientista e ativista
A professora Wangari Muta Maathai, em 1964 graduou-se em Ciências Biológicas no Mount St. Scholastica College em Atchison, no Kansas (EUA). Dois anos depois concluiu o mestrado na Universidade de Pittsburgh. Depois de realizar o doutorado na Alemanha, Wangari obteve Ph.D na Universidade de Nairobi onde lecionou anatomia animal.
De 1976 a 1987, Wangari participou ativamente do Conselho Nacional da Mulher do Quênia onde começou a mobilizar grupos de mulheres em torno da campanha para o plantio de árvores. Mais de 30 milhões de árvores já foram plantadas através do Movimento Cinturão Verde. Em 1998, ela passou a defender o cancelamento da dívida externa dos países pobres da África. Ela abordou a ONU em várias ocasiões, falou em nome das mulheres nas sessões extraordinárias da Assembléia Geral para a revisão de cinco anos da Cúpula da Terra. Ela serviu à Comissão sobre Governança Global e da Comissão sobre o Futuro. Ela e o Movimento Cinturão Verde tem recebido inúmeros prémios, nomeadamente o Prémio Nobel da Paz 2004, além de outros Wangari foi eleita pela Terra Times como uma das 100 pessoas no mundo que fizeram a diferença na área ambiental.
Em dezembro de 2002, o Professor Maathai foi eleita para o parlamento com uma maioria de 98% dos votos. Ele foi posteriormente nomeada pelo presidente, como Assistente do Ministro do Ambiente, Recursos Naturais e Vida Selvagem na nono Parlamento do Quênia.
“Corremos um risco enorme”
A Prêmio Nobel da Paz de 2004, Wangari Maathai, concedeu uma entrevista coletiva no dia 14 de outubro para jornalistas ambientais de 32 países reunidos em Monte Porzio Catone, a 40 quilômetros de Roma. A seguir trechos da conversa com os repórteres presentes no III Fórum Internacional de Mídia “Meio ambiente, caminho de paz”, promovido pela Associação Cultural Greenaccord.
Quando perguntada sobre o consumo excessivo dos recursos naturais, estilo de vida imposto pela nossa cultura ocidental e reforçado pelos meios de comunicação. É se é possível mudar esta tendência de hiper-consumo? Wangari respondeu:
“ Eu creio que precisamos elevar o nível da nossa consciência moral, voltar a ter uma perspectiva ética em relação aos recursos naturais e às outras criaturas. O problema é que ainda achamos que os nossos recursos durarão para sempre. Sem elevar o nosso nível de consciência ética, não poderemos entender que esse nível de vida tão elevado para poucos em detrimento de muitos não pode seguir adiante. No meu país, o Quênia, pelo menos 10% das pessoas vivem desperdiçando recursos porque querem imitar o nível de vida do mundo rico. Os recursos não são suficientes. Os países ricos exploram os recursos naturais dos pobres, e os poucos ricos dos países pobres fazem o mesmo. A nossa forma de lutar contra a pobreza é lutar contra esta forma de hiper-consumo não apenas no mundo industrializado, mas também nos países em desenvolvimento onde lamentavelmente estamos copiando o mundo rico em detrimento do nosso povo. Se seguirmos por este caminho, corremos um risco enorme.
Respondendo a Pergunta: Diante de tantos problemas ambientais, a senhora mantém o otimismo?
Wangari: Eu sempre sou otimista. Eu acordo pela manhã e sinto que tenho muitas razões para viver. Vivemos em um planeta que é único. O maior problema que temos é a ignorância. Tem muita gente que não sabe nada das mudanças climáticas. Este fenômeno é geralmente apresentado com dados cmplicados. Muitos chefes de estado não se convencem que tem que intervir. Nós não podemos deixar de insistir para que os nossos dirigentes tomem decisões. Temos que estar convencidos que podemos fazer algo. Depois que as costas forem invadidas pelo mar e os campos inundados pelos rios, não haverá mais o que fazer. É fundamental que todos juntos insistam com os nossos líderes para que tomem consciência do risco e da gravidade da situação e pensem não apenas nas vantagens de curto prazo, mas em políticas de longo prazo.
Todos temos que fazer todo o possível. Estou convencida que cada um de vocês se pergunta o que fazer. Eu lhes digo, façam o máximo que puderem. Eu tenho plantado árvores durante as últimas três décadas.
Exemplo a ser seguido
Wangari é uma mulher que vem contribuindo imensamente para o progresso da educação e emponderamento das mulheres, a democratização e o desenvolvimento sustentável. Wangari foi e é um exemplo que ajudou a elevar a consciência a respeito do meio ambiente, das mulheres e da África no novo século.
Fontes:
www.greenbeltmovement.org.
http://www.rvb.jor.br/wangari.htm
Ver: Currículum Admirável! – facebook - www.facebook.com 

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