Uma
mulher pretender ocupar o posto de huángdì foi motivo para escandalizar muitos dos intelectuais da época, que viam na subida ao trono de uma mulher uma violação das normas do confucionismo. A Imperatriz Wu tentou calar estas críticas mediante o patrocínio do budismo, promovendo interpretações da doutrina budista que davam legitimidade ao seu reinado.
Nasceu no seio de uma família aristocrática de Shanxi, originária da localidade de Wénshuǐ . O seu pai Wǔ Shìhuo, tinha sido aliado do fundador da dinastia Tang, Li Yuan, que lhe concedeu o título de Duque de Taiyuan , enquanto que a sua mãe, a senhora Yang , com quem Wu Shihuo se tinha casado em segundas núpcias, era da família imperial da dinastia anterior aos Tang, a dinastia Sui.
Sendo menina, entrou no harém do Imperador Tang Taizong, no quinto nível de concubinas. Em 649, o Imperador Taizong faleceu e sucedeu-lhe o seu filho, o Imperador Tang Gaozong. A jovem concubina passaria a formar parte do harém do novo Imperador. Segundo a narrativa tradicional, após a morte do Imperador a jovem Wu teria ingressado num mosteiro budista e, depois, o novo Imperador, atraído pela sua beleza, a teria incorporado no seu harém. Muitos historiadores actuais põem em causa esta versão e é bem mais provável que a jovem Wu não tenha passado nunca pelo mosteiro, mas que após a morte do Imperador Taizong permanecesse no palácio. É provável que antes da morte de Taizong já tenha começado uma relação clandestina com o príncipe herdeiro, o que explicaria essa sua permanência no harém de Gaozong, onde ocupou o posto de concubina de segundo nível. O facto de a jovem Wu ter sido concubina de um pai e um filho era um motivo adicional de escândalo para os moralistas confucianos da época.
Após a morte do Imperador em 683, foi o seu terceiro filho, o Imperador Tang Zhongzong, que subiu ao trono, mas ao fim de seis semanas, Wu usou o seu poder para o destituir e dar o trono a outro filho seu, o Imperador Tang Ruizong, que, tal como seu irmão, governaria de maneira nominal por um breve período, até que por fim a sua mãe decidiu ratificar publica e oficialmente o seu poder, convertendo-se na primeira e única mulher na história da China que ocupou o trono imperial.
O seu reinado foi caracterizado pela promoção do budismo, convertido em religião oficial em 691, o qual lhe valeu muito apoio popular. Além disso, o budismo se utilizou como elemento de legitimação do seu reinado até ao ponto de que um monge adepto da Imperatriz (e amante também, segundo a lenda) chegou a propor a teoria de que o buda Maytreya, ou buda do porvir, era una mulher. Junto a esta política religiosa, a Imperatriz Wu continuou seu estilo de governo baseado numa forma de despotismo brutal, com purgas e perseguições daqueles que se mostrassem hostis ao seu poder.
Abdicação
Em 20 de fevereiro de 705, já com oitenta anos, não conseguiu evitar que um golpe de estado vingasse, no qual foram executados os seus ministros (e amantes, segundo a lenda), os irmãos Zhang, Zhāng Yìzhī e Zhāng Chāngzōng. A imperatriz foi obrigada a abdicar, e o seu filho, o imperador Zhongzong voltou a subir ao trono, restaurando a dinastia Tang a 3 de março de 705. A anciã Wu morreria poucos meses depois, em Dezembro desse mesmo ano.
Fonte: Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Wu_Zetian
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